Após séculos de “invisibilização”, os povos originários do Brasil querem ser vistos e contar a própria história. Em solo potiguar, o projeto Território Katu Digital tem colocado os potiguaras da comunidade indígena do Katu, em Canguaretama, para registrar sua existência. Após as primeiras atividades e oficinas realizadas entre maio e junho, os alunos do projeto desenvolveram um filme, em formato de curta-metragem, na primeira semana do mês de julho.
No processo de aprendizagem entre pré-produção e filmagem, os alunos vivenciaram experiências práticas de concepção, produção e gravação. A partir disso construíram um entendimento mais sólido de como funcionam os mecanismos cinematográficos. Segundo Kennel Rogis, que ministrou uma das oficinas, vem um filme muito bonito por aí: “Fala sobre o passado e a preservação do meio ambiente. Foi muito especial gravar com eles, pois tudo está diretamente ligado à nossa história. É a história indígena, que, na verdade, é a história de todos nós”, disse.
Após a realização do curta-metragem, o calendário segue com novas atividades, como a ‘Oficina de Edição e Finalização’, com Wallace Santos, que oferecerá aos alunos uma formação básica nos programas de edição, utilizando o próprio computador e ilha de edição adquiridos exclusivamente para o projeto.
Outra atividade confirmada na programação é a ‘Oficina de Produção e Desenvolvimento de Projetos’, ministrada por Arlindo Bezerra, que apresentará um panorama sobre os aspectos da produção em cinema e as diferentes funções, e também, como desenvolver e elaborar um projeto.
A relação da equipe com a comunidade do Katu teve início em 2007, quando o diretor Rodrigo Sena esteve no local para a produção de fotografias em comemoração ao Dia Nacional dos Povos Indígenas. Dez anos depois, ele lançou o premiado curta “A Tradicional Família Brasileira Katu”. A iniciativa visa impulsionar os alunos na qualificação profissional e contarem suas próprias histórias. Mais informações no @territorioindigenadigital.
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