segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Vote sujo


Daniel Menezes
O Tribunal Superior Eleitoral, depois de judicializar a política – vide a discussão sobre as redes sociais -, pede, em sua campanha publicitária, para que as pessoas “votem limpo”.

O que significa essa ação, se não uma imposição moral? Alguém por um acaso procura votar sujo? Mais. O que pode se caracterizar como limpo para mim não será sujo para outro eleitor

No final das contas, o TSE defende a honestidade como projeto político. Ora, honestidade nunca foi nem será plataforma de ação. É pressuposto. Ser de “higienópolis” não diz como administrar a saúde, de que forma contribuir para melhorar a educação, resolver o problema da mobilidade, etc. Além do mais, o candidato pode ser honesto e representar interesses particularistas.

O TSE acaba por privilegiar, ainda que não seja a sua intenção, candidaturas vazias, que pecam pelo principal: não tem o que dizer, nem muito menos encarnam os anseios da maioria. Na falta do que apresentar, ou ocultando inclinações pouco democráticas, o político demonstra a “ficha limpa” como plataforma de governo.

O TSE resume o voto a uma questão do “rouba” ou “não rouba”. Deseducativo.

Mas ainda fica outras indagações: será que o “vote limpo” foi proposto pelo autor da série “O Brado Retumbante”, ou pelo escritor do livro “A cabeça de brasileiro?!

Duas certezas: foi eleitor de Jânio Quadros e sufragou sua escolha em Demóstenes Torres

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