terça-feira, 22 de abril de 2014

Made in sertão

 
Concebido entre atores dos setores público e privado para ser um motor de desenvolvimento econômico e geração de empregos, o programa Pró-Sertão já dá os seus primeiros frutos após pouco mais de seis meses de trabalho efetivo concentrado na região Seridó.

Desde meados do segundo semestre do ano passado até agora, 25 unidades de produção têxtil foram abertas para suprir a demanda do plano de expansão da rede de lojas da Riachuelo, abrindo aproximadamente 750 postos de trabalho diretos.

A expectativa dos empreendedores e organizadores do Pró-Sertão é fechar 2014 com 50 unidades, conhecidas como facções, em plena operação fornecendo para o grupo Guararapes. Cumprido, o planejamento representará um impacto financeiro mensal na economia do Seridó superior à cifra de R$ 1,1 milhão apenas em salários pagos aos costureiros.

O Pró-Sertão surgiu para atender o plano de crescimento das lojas Riachuelo no país pelos próximos quatro anos, através das facções têxteis. O regime de facção é quando uma pequena unidade de produção realiza trabalhos, principalmente a finalização das peças de roupas, exclusivamente para grandes empresas.

O programa foi criado pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec), a partir da demanda apresentada pelo grupo Guararapes. Também participaram da confecção do plano a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RN).

Nos primeiros meses de trabalho, o programa conseguiu realizar a abertura de unidades de produção em municípios como Cerro-Corá, Acari, Jardim do Seridó, São José do Seridó e Parelhas, todos com tradição na área têxtil.

As novas facções previstas para entrar em funcionamento ainda este ano devem ser abrigadas também em cidades como Equador, Cruzeta e Santana do Seridó, além dos municípios de Assu e Messias Targino, nova área de expansão do Pró-Sertão.

Hoje, contando com as empresas recém abertas, pouco mais de 70 facções instaladas no Seridó possuem suas linhas de produção voltadas para atender a Riachuelo.

De acordo com o presidente da Associação Seridoense de Confecções (Asconf), Leonardo Ferreira, a chegada do Pró-Sertão deu uma guinada nos rumos da produção de confecções na região. “Apesar do curto espaço de tempo, o crescimento visto já é muito importante. Se não fosse a chegada do Pró-Sertão várias facções tinham sido fechadas e, logicamente, as novas não teriam sido abertas”, relata o empresário, que possui unidades de produção funcionando em Acari.

REGULARIDADE
Ferreira destaca que, após negociações e ajustes, o trabalho feito com a Guararapes caminha a passos largos. E que a forma de parceria tem atraído outros faccionistas para dentro do Pró-Sertão. “Vimos muitas migrações para a Guararapes e saídas da Hering, por conta dos problemas de abastecimento. Isso não ocorre com a Guararapes, é tudo muito tranquilo”, aponta o presidente da associação.

A questão do abastecimento destacada pelo empresário é sobre o recebimento do material necessário para a produção das roupas. Periodicamente, de acordo com as combinações entre as empresas, as facções recebem os kits completos (tecidos cortados, linhas, botões e especificações das peças) para trabalhar.

A expertise na área de confecções, ainda de acordo com Leonardo, tem favorecido o trabalho. Tanto que a Guararapes já vem sinalizando constantemente para a necessidade de crescer a produção, através da abertura de novas unidades.

Para isso, seguem-se nas cidades os programas de treinamento e capacitação de mão-de-obra, feito por órgãos ligados à estrutura da Fiern. Em Acari, por exemplo, será aberta a terceira turma de treinamento.
- Transcrito do NovoJornal

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