Durante a abertura do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia neste domingo (6), o papa Francisco condenou a "ganância dos novos colonialismos" que é responsável por provocar incêndios como o que "devastou" a floresta brasileira. Na cerimônia, o Santo Padre utilizou em seu discurso a metáfora do fogo, defendendo que é necessário o "fogo do amor de Deus", que "aquece e dá vida", e não o devorador na região amazônica.
"O fogo causado por interesses destruidores, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é o do Evangelho", explicou o Pontífice, ressaltando que o "fogo devorador acende quando queremos levar adiante apenas nossas próprias ideias, formar nosso próprio grupo e queimar a diversidade para padronizar tudo e todos". Francisco fez referência à passagem da Bíblia do Antigo Testamento em que o profeta Moisés tem um diálogo com Deus por meio de um arbusto em chamas e defendeu que a Igreja deve evitar os "novos colonialismos", porque "quando pessoas e culturas são devoradas sem amor e respeito, não é o fogo de Deus, mas o fogo do mundo".
Francisco ainda ressaltou que "as cinzas dos medos e a preocupação de defender o status quo" podem sufocar a atitude da Igreja na região da floresta. Por fim, ele lembrou de todas as pessoas que perderam a vida na Amazônia por ser testemunhas do Evangelho. O Papa aproveitou a passagem para citar o cardeal brasileiro dom Cláudio Hummes - relator do Sínodo - e defender uma visita nos cemitérios das cidades em homenagem aos missionários. Mais cedo, durante o Ângelus, na praça São Pedro, o argentino também pediu para os fiéis rezarem pelo sucesso da cúpula, que é acompanhada com atenção máxima pelo governo brasileiro, que teme interferências do Vaticano em assuntos internos. A preocupação ocorre em meio à briga comprada pelo presidente Jair Bolsonaro com países europeus por causa do aumento das queimadas na floresta e do esvaziamento dos órgão de proteção ambiental.
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