sexta-feira, 1 de março de 2013

Folclore político

Um pedinte aporta mais uma vez diante do prefeito de Areia Branca, Bruno Filho/PMDB.

- "Doutor Bruno, eu quero uma ajuda da prefeitura", dispara à queima-roupa.

Com sua voz quase inaudível, arrastada e sem maior mudança na entonação, o prefeito procura esclarecer que a municipalidade não pode lançar mão de qualquer quantia, sem cumprimento de processo burocrático. Dentro da lei. O pedinte não abre a guarda, apesar das explicações do prefeito. Insiste no pleito.

- "Procure Lauro, nosso chefe de Gabinete, que ele trata de tudo", adianta Bruno.

Os dias passam e novamente o prefeito se depara com o interlocutor insistente. "Doutor Bruno, é aquilo que eu falei com o senhor naquele dia". E relata que já passou por vários setores da prefeitura, sem uma conclusão. O prefeito volta a encaminhá-lo para Lauro. Mas o pedinte reage, descrevendo uma linha de passes :

- Bruno joga para Lauro, que passa para Núbia, que devolve para Lauro, que joga para Juarez, que entrega à dona Lucinha, que volta para Bruno...

Interrompendo a "narração", de olhos fixos no "narrador esportivo", Bruno indaga : "O que você quer dizer com isso?".

- Prefeito, eu quero saber quando vou fazer o "gol".

 
- Da coleção de Carlos Santos em seu livro Só Rindo

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