segunda-feira, 14 de outubro de 2013

“Monarqueria” – ou a monarquia está na moda

A insatisfação com a política tem suscitado as reações mais pitorescas na sociedade brasileira. Enquanto uns propõem a volta da ditadura militar para derrubar a ditadura comunista lulodilmista, outros quebram tudo para protestar contra o capitalismo e a farsa da democracia vigente. Ainda há os que se fantasiam de Batman pra combater os corruptos, e os que se organizam para lutar pela volta da monarquia. Sim, o máximo desprezo que nós, brasileiros, aprendemos a cultivar pela política e seus praticantes, instigou certos setores da elite a clamarem pela volta da Família Real e todo arcabouço político, cultural e imperial que a sustenta.

Se você acredita que a monarquia foi enterrada no
plebiscito de 93, está Realmente enganado. Muitos súditos brasileiros ainda veneram a Família e pregam a volta da Coroa. Alguns até enxergaram nas revoltas populares de junho a possibilidade de acender um revival monárquico.

Não é a toa que diversos grupos plebeus exaltando as maravilhas do período imperial pululam na internet. Entre eles destaco: o
RDP - um partido em gestação que afirma que "parlamentarismo apartidário só é possível com a monarquia", além do Movimento de Restauração da Monarquia no Brasil. Foi a partir desse último que cheguei ao site do Instituto Brasil Imperial, onde está publicada uma incrível entrevista com - encha o pulmão! - Sua Alteza Maria Gabriela Josefa Fernanda Yolanda Micaela Rafaela Gonzaga de Orleans e Bragança, simplesmente a Princesa do Brasil, a caçula do Príncipe Dom Antônio e da Princesa Dona Christine de Ligne de Orleans e Bragança. Observe alguns trechos interessantes, que dão uma pitada do que seria a volta da monarquia:


Para conhecermos bem uma pessoa, procuramos saber alguns gostos pessoais. Vossa Alteza tem preferência por alguma culinária? Qual seu prato preferido?

Sou grande apreciadora da gastronomia em geral e sempre gostei de experimentar coisas novas. É evidente que tenho preferência pela nossa tradicional culinária brasileira, mas também gosto da culinária japonesa.

Existe na França um museu com enorme variedade de perfumes. Inclusive recriaram alguns extintos. Na época da Rainha Maria Antonieta foi elaborado um exclusivo para ela. Qual fragrância Vossa Alteza escolheria que refletisse melhor sua personalidade?

Tenho preferência por fragrâncias leves, sobretudo florais. Minhas lembranças olfativas da infância são os perfumes do Boticário, como “Ma Chérie”. Atualmente meu favorito é “Pleasures” da Estée Lauder.

Vossa Alteza pretende constituir família? Em caso afirmativo, pensa Vossa Alteza reeditar a feliz combinação que logrou sua reverenciada Trisavó?

Pretendo constituir uma família, sim. Como aconteceu com a Princesa Isabel e o Conde d’Eu, o ideal seria conseguir conciliar os dois [interesses: Estado e coração]. Provavelmente na escolha de meu cônjuge, vou sempre tentar escolher aquele que cresceu com os mesmos princípios, mesmos valores e mesma educação que eu, o que, sem dúvida alguma, será muito favorável ao Estado também.

Que orgulho da nossa Cinderela brasileira. Não há dúvidas de que esse seria um país mais feliz se a Família Real resgatasse o prestígio de outrora.

Além da tetraneta de Dom Pedro II, vários outros jovens estão surfando essa nova onda. Veja alguns monarquistas
ostentando a bandeira imperial durante as manifestações de junho:

Foto: Reprodução\Facebook

É o caso também do garoto João Victor Gasparino, que ficou
famoso ao se recusar a fazer um trabalho sobre Marx na faculdade. Com apenas 20 anos, o rapaz se curva respeitosamente às glórias do período imperial:


"Sou de direita com muito orgulho. E monarquista. É o melhor sistema político que o Brasil teve desde a Independência"

Segundo reportagem do
UOL, nosso súdito-mirim também é budista e "faixa amarela de kung fu. Gosta de armas. Sua página ostenta o símbolo da NRA, a organização americana que defende o direito de todo cidadão andar armado. Em fotos, aparece fantasiado com amigos e travam combates de capa e espada, em cenários que imitam castelos"

Traçado o perfil do jovem entusiasta da monarquia no Brasil, e conhecendo toda a cultura monárquica nacional, cabe aqui perguntar: será que nossa Família Real desbancaria em popularidade os Reis Pelé, Roberto, Momo e Rainhas de Bateria? Seria Ela capaz de superar a importância política e cultural que a atual dinastia exerce sobre o país?
 
- Transcrito do portal UOL

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