terça-feira, 2 de agosto de 2022

Desde 1989, brasileiros nunca estiveram tão decididos sobre em quem votar para presidente

Levantamento realizado pelo instituto Pulso mostrou que desde 1989, após a redemocratização, os brasileiros nunca tiveram tanta certeza a respeito de quem votar nas eleições. Sete em cada dez eleitores já declaram seu candidato nas pesquisas espontâneas realizadas pelo Datafolha. Foi realizada uma comparação entre os dados de pesquisas espontâneas do Datafolha em outras eleições e a deste ano.

Em 2022, apenas 27% dos eleitores não sabem ainda em quem votar, menor percentual desde a redemocratização. Já em outras eleições a taxa não era menor que 40%, chegando a 50% no pleito de 2014. Em relação aos votos brancos e nulos, o número chegava a 23,2% em junho de 2018. Já em 2022, percentual despencou para 6%. Para o cientista político Joanildo Burity, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, esses resultados significam uma eleição mais politizada.

“Quanto mais Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocupa seu espaço após as decisões que lhe devolveram os direitos políticos, mais ele demarca até onde Bolsonaro pode ir. Temos a materialização da fronteira política entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que organiza todo o cenário político do país em 2022”, afirmou ele.

“Um ponto central de análise é essa figura central que Lula ocupa no cenário político brasileiro. Antes mesmo da eleição, quando Lula retomou os direitos, as duas fronteiras políticas já se estabeleceram e o processo eleitoral está se tornando plebiscitário por causa da volta de Lula. É uma eleição politizada, sim”.

Para o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, a taxa é em decorrência da presença de candidatos populares na disputa.

“Se nem Lula, nem Bolsonaro fossem candidatos, o nível de brancos, nulos e indecisos seria bem mais elevado. Na verdade, é pela oferta dos dois candidatos superpopulares. Pela primeira vez, um presidente e um ex-presidente disputam uma eleição. A consequência é a redução da alienação eleitoral. Eu teria receio de chamar de politização elevada. Chamaria de uma característica singular dessa oferta de candidatos deste ano de 2022”, destacou.

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