quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A vaia, o aplauso e o grande incendio

Vaia é uma manifestação legítima. É o “aplauso” dos insatisfeitos.

Inaceitável é a agressão.

Espontânea ou não, a vaia é legítima. Faz parte.

O maior ícone da vida pública nacional nas últimas décadas, Lula, teve um Maracanã o vaiando em coro. Getúlio Vargas ouviu vaias. Normal.

Rosalba colhe o que tem plantado. Não está acostumada, sente mais.

Como prefeita, nunca enfrentou greve, não teve oposição ou crise alguma. Voou sempre em céu de brigadeiro.

Na gestão estadual, é diferente. Atores e situações são diferentes.

Infelizmente, ela não se preparou para essa relação e convivência diferentes.

O que a governadora encarou ontem em Ceará-mirim, era previsível. Tem convivido com isso até em sua terra, Mossoró.

 
Em qualquer parte do RN onde bota os pés, tem sido assim.

A vaia é a antítese da claque (com seus aplausos remunerados).

Mesmo assim, tem muitas semelhanças com ela, a claque.

Pode ser espontânea e fabricada ou misto de ambas.

Não deve ser ignorada, que se diga.

Juscelino Kubitschek, certa vez, coberto por vaias em um evento, revidou de modo genial:

- “Feliz do país que pode vaiar seu presidente”.

Emudeceu os manifestantes. Arrancou alguns aplausos, em seguida.

Existe um ditado entre bombeiros, que precisa ser adaptado à política também:

- “Nenhum incêndio começa grande”.

Há tempos que Rosalba arde.

Da mesma forma que a governadora não deve se iludir com suas claques, não pode se enganar com as vaias.

A primeira costuma ser falsa. A segunda, pode ser. As duas sempre dizem alguma coisa.
 
 
- Transcrito do blog de Carlos Santos

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