sábado, 5 de outubro de 2013

"Querida, encolhi sua base política"

Com o encerramento, neste sábado, do prazo para filiações ou transferências de quem deseja ser candidato às eleições do próximo ano, a dança dos partidos aponta um enorme prejuízo para o sistema político comandado por Carlos Augusto Rosado, secretário e marido da governadora Rosalba Ciarlini.

O esvaziamento da base de apoio da atual administração estadual mostra que a governadora é refém política do seu marido. E caminha para o final do terceiro ano do seu mandato sem ter, nem de longe, os apoios que recebia no início de 2011.

E aqui não se trata de especulação, não. Vamos aos fatos:

O sistema governista hoje controla o PP, tomado à força por Betinho Rosado das mãos do grupo de Ricardo Motta.

O PTB, que já foi presidido no Estado pelo deputado Ezequiel Ferreira, agora tem como dirigente o delegado Aldair da Rocha, dos quadros da Polícia Federal. Aldair, que como político deve ser um ótimo gestor de segurança pública, foi entronizado no cargo por Benito Gama, aquele que foi secretário de Desenvolvimento Econômico sem ter provado a que veio. Benito deixou um rastro de incompetência na pasta que ocupou.

Para completar, o PRTB agora é controlado por Rodrigo Azevedo, coordenador estadual do SAMU.

Termina aí o sistema de apoio da governadora. Vamos às perdas:

Desalojado do PP, Ricardo Motta esvaziou o partido e levou todo mundo para o PROS, que agora tem cinco deputados estaduais, cinco vereadores em Natal, a presidência da Assembleia e da Câmara, dois prefeitos, vinte a caminho e a chances de fazer um deputado federal nas próximas eleições. E o presidente da Assembleia, que era o grande articulador a serviço de Rosalba, agora prega independência.

O DEM, que está preocupado com o mandato de seus três deputados estaduais e um federal, só dará legenda a Rosalba, caso ela insista em ser candidata à reeleição, se “ela estiver bem”, segundo palavras do seu presidente nacional e estadual, senador José Agripino.

Como a recuperação política de Rosalba é considerada praticamente impossível, o aviso do DEM é claro: a prioridade, em 2014, são as eleições proporcionais.

O sistema governista implodiu e ficou com o tamanho de um governo que é um dos mais impopulares dos últimos 30 anos e tem data de validade.

Como a vida costuma imitar a ficção, Carlos Augusto a esta altura já deve ter dito à mulher governadora: “Querida, encolhi sua base política”.
 
- Transcrito do Blog do BG.

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