Aos incautos de plantão devo dizer que o acordão do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB), para dar sustentação política a sua candidatura ao governo do Rio Grande do Norte, onde ele junta nada menos do que sete ex-governadores em seu mega-palanque, estende-se ao plano nacional, embora que com certa inibição, claro.
Veja, caro leitor, o que Henrique Alves disse hoje ao jornalista Josias de Souza para justificar a sua recepção ao candidato tucano a presidência da República, Aécio Neves, que visita Natal atrás de votos.
- Vou receber Aécio por respeito e agradecimento. Ele me apoia aqui no Rio Grande do Norte, vai pedir votos para mim aqui no estado. O PSDB integra a minha coligação. O DEM, do Agripino Maia – coordenador da campanha de Aécio – também me apoia.
Participam também da megacoligação de Henrique Alves outros dois partidos que concorrem ao Planalto: PSB e PSC.
- Eduardo Campos esteve aqui, numa caminhada. E pediu votos para mim e para a Wilma Faria – candidata do PSB ao Senado -. O Pastor Everaldo também me apoia, o partido dele está comigo.
Favorito nas pesquisas, Henrique enxerga na multiplicidade de apoios uma grande vantagem para o Rio Grande do Norte, diz Josias.
- Isso mostra que teremos espaço no governo federal seja qual for o resultado da eleição, afirmou Henrique a Josias de Souza que motivou um comentário do jornalista. “Válido até a semana passada, o raciocínio já não se aplica ao PSB. Substituta de Eduardo Campos na sucessão, Marina Silva inclui o palanque de Henrique Alves entre os que ela não tem a mais remota intenção de frequentar”.
Segundo Josias de Souza, com Aécio, a integração será maior. Agripino Maia afirma que, no Rio Grande do Norte, a imagem de Henrique Alves será impressa ao lado da de Aécio no material de campanha dos candidatos a deputado que integram a aliança nacional encabeçada pelo PSDB. O presidente da Câmara não se importa:
- Ninguém tem dúvida sobre minha posição. Peço votos para Dilma e Michel. Mas se outros me apoiam só tenho que agradecer. Apoio não se rejeita.
Observo, no entanto, que ao dizer que apoio não se rejeita, Henrique Alves cai em contradição, pois que está rejeitando apoio da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), até bem pouco tempo sua aliada no plano estadual onde o PMDB indicou vários secretários.
Fato é que Henrique Alves diz que tem o apoio de Aécio Neves, mas que apoia Dilma Ruosseff. Tem o santinho de Aécio Neves com ele, mas não tem o santinho de Dilma Ruosseff com ele. Difícil do leitor entender isso.
Para mim o acordão de Henrique Alves vai além fronteiras do Rio Grande do Norte. Tipo: tu me apoia e eu finjo que não lhe apoio. Mas se você vencer, tô contigo e não abro!
- Matéria transcrita do Blog do Barbosa
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