quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Chamado de “oportunista”, Fábio Dantas diz que George Soares é bajulador de Fátima

Ex-vice-governador do Estado, o advogado Fábio Dantas considerou infeliz a declaração do deputado estadual George Soares (PR), líder do atual governo, que o chamou de “oportunista” pelo fato de seu partido – o Solidariedade – ter entrado com uma ação exigindo que a gestão de Fátima Bezerra utilize 50% do que sobrou da arrecadação para pagar salários atrasados. Para Fábio Dantas, George Soares foi infeliz. “Ele está se colocando como bajulador do governo”, destacou.

Segundo Dantas, os deputados estaduais do Solidariedade – Kelps Lima, Cristiane Dantas e Allyson Bezerra – foram prudentes e na ação solicitaram 50% do que já está em caixa. “Há R$ 400 milhões e daria para pagar R$ 20 milhões que faltam do 13º salário de 2017 e R$ 60 milhões de novembro do ano passado e ainda ficaria com recursos em caixa, isso sem contar com a receita recorde que vai entrar até próxima semana. É preciso aproveitar a oportunidade para resolver o problema”, disse Fábio Dantas.

Em entrevista ao programa “A Hora é Agora – Primando pela verdade”, apresentado por Renato Dantas, com a participação dos jornalistas Joaquim Pinheiro e Jalmir Oliveira, na rádio Agora FM (97,9), Fábio Dantas frisou que, pagando estes salários atrasados, o governo vai conseguir arrecadar mais Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e fazer a economia girar de forma mais dinâmica.

Ele disse ainda que quando era vice-governador fez essa sugestão a Robinson Faria, que não o ouviu e preferiu outro modelo, o que acabou inviabilizando sua reeleição. Fábio Dantas culpou o PT pelos erros cometidos na primeira metade do governo Robinson Faria e que agora Fátima Bezerra está demonstrando que não tem projetos, fazendo as mesmas coisas que havia sugerido em 2015. Na avaliação de Dantas, a governadora tem que acabar com os supersalários, estabelecendo um teto pela remuneração do chefe do executivo, no valor de R$ 21 mil.

Para Dantas, a governadora pode fazer isso sem mexer com direitos e garantias, cortando os chamados “penduricalhos”, que custam R$ 148 milhões por mês – uma cifra bilionária todos os anos. “Outros estados, como Paraíba, cortaram vantagens e progressões. Hoje, o Rio Grande do Norte tem 103 mil servidores e a Paraíba tem 118, ou seja, 15 mil a mais. Porém, a Paraíba gasta R$ 1,5 bilhões a menos por ano porque cortou os penduricalhos”, detalhou Fábio Dantas.

Durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os chamados “penduricalhos” também foram cortados. Dantas citou como exemplo o fim da licença prêmio, que foi substituída por uma oportunidade de o servidor público se especializar, com cursos de qualificação. Fábio Dantas disse ainda que o Governo do Estado deve vender a concessão da Potigás, privatizar a Caern, o Centro de Convenções e até mesmo a Ceasa, lutar pelo aumento do repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e colocar o ensino superior para receber repasses do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para ter mais recursos do Governo federal com alunos da Universidade do Estado do RN (Uern).

Em uma crítica irônica, Fábio Dantas disse que fará uma oposição racional, e não raivosa, sem queima de pneus, quebrar vidraças e nem com a ajuda do Movimento Sem-Terra (MST). “Temos o segundo maior litoral do Brasil, uma área rica em minérios e podemos ter uma indústria de pesca forte. Estão pescando atuns a 50 milhas náuticas daqui. Precisamos atrair investimentos da na agricultura e indústria, porque o comércio vai a reboque, além de lutar pela parte onerosa do pré-sal, que vai ajudar o Estado a sair desta situação”, sugeriu Fábio Dantas.

- Transcrito do AgoraRN

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