sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Pesquisas e experiências


Crispiniano Neto
Quem sou eu para questionar pesquisas? Já as vi sendo confirmadas na boca da urna quando pareciam estapafúrdias e já vi também pesquisas que tinham tudo para dar certo e não se materializaram na hora da verdade. Vi também pesquisas em inícios de campanhas que, se os candidatos não tivessem a fibra de um Leonel Brizola, de uma Maria Luíza Fontenelle, de uma Luíza Erundina ou de um Geraldo Melo as suas candidaturas teriam sido retiradas e os seus destinos teriam sido, em vez dos palácios, o fundo da rede, sem campanha e com profunda depressão. Vi também, em começo de campanha, uma pesquisa que levou Lula à capa da Veja, por sinal uma das poucas capas de Veja que trouxe Lula em situação favorável. A manchete era “Lula sozinho da estrada”. Ele tinha 43%, depois do caos colorido, quando a direita sequer conseguia articular um candidato. Eis que FHC mediante mágica do Plano Real foi lá e roubou-lhe a chupeta. Mossoró, além da medíocre guerra das cores, está fazendo também a guerra das pesquisas. Subterfúgios de uma campanha sem discussão de programa, sem debate político ou ideológico, sem propostas administrativas, enfim, um confronto histérico “do nada” contra o “coisa nenhuma”; um enfrentamento bélico entre o continuísmo e a mesmice. Mais de dez pontos entre institutos certos e certos institutos. Uma barafunda que mais parece um meteorologista rudimentar que tinha, quando eu era “criança pequena” lá na minha querida Santo Antonio do Salto da Onça. O velho Zé Bastidor que olhava para o sol, mirava as nuvens, observava o rinchar dos jegues, o canto dos pássaros, o jeito deles fazerem seus ninhos, o quebrar da barra, o posicionamento das estrelas e corria para a calçada da bodega de Zé Ireno, meu velho, sábio e gozador pai, Zé Ireno, que lhe perguntava o prognóstico meteorológico. E ele, como se o maior cientista de São José dos Campos fosse, respondia: Já tirei minhas experiências. Este ano, ou chove ou faz sol. De modo que, acho, do alto da minha experiência, que este ano em Mossoró, com base na cientificidade das pesquisas, ganha Larissa, ou Cláudia Regina. Ou o professor Josué. Ou, quem sabe? O mestre Cinquentinha, tendo ainda alguma chance para Ednaldo Calixto, filho do grande mestre da viola Manuel Calixto. Com certeza, um desses cinco nomes ocupará o Palácio da Resistência. A não ser que algum imprevisto muito imprevisto mude o curso inexorável das eleições de outubro.

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