Daniel Menezes
O Tribunal Superior Eleitoral, depois de judicializar a política –
vide a discussão sobre as redes sociais -, pede, em sua campanha publicitária,
para que as pessoas “votem limpo”.
O que significa essa ação, se não uma imposição moral? Alguém por um
acaso procura votar sujo? Mais. O que pode se caracterizar como limpo para mim
não será sujo para outro eleitor
No final das contas, o TSE defende a honestidade como projeto
político. Ora, honestidade nunca foi nem será plataforma de ação. É
pressuposto. Ser de “higienópolis” não diz como administrar a saúde, de que
forma contribuir para melhorar a educação, resolver o problema da mobilidade,
etc. Além do mais, o candidato pode ser honesto e representar interesses
particularistas.
O TSE acaba por privilegiar, ainda que não seja a sua intenção,
candidaturas vazias, que pecam pelo principal: não tem o que dizer, nem muito
menos encarnam os anseios da maioria. Na falta do que apresentar, ou ocultando
inclinações pouco democráticas, o político demonstra a “ficha limpa” como
plataforma de governo.
O TSE resume o voto a uma questão do “rouba” ou “não rouba”.
Deseducativo.
Mas ainda fica outras indagações: será que o “vote limpo” foi proposto
pelo autor da série “O Brado Retumbante”, ou pelo escritor do livro “A cabeça
de brasileiro?!
Duas certezas: foi eleitor de Jânio Quadros e sufragou sua escolha em
Demóstenes Torres
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