segunda-feira, 25 de março de 2013

Campos emprega primos no governo de Pernambuco

Uma estrela em ascensão que tem causado irritação no PT e euforia em setores do PSDB, o governador de Pernambuco e pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, começa a ter seu telhado atingido por pedras. Campos, que tem percorrido o país para dizer que pode fazer mais e melhor, além de criticar velhas práticas políticas, mantém em seu governo pelo menos uma dezena de primos e parentes de sua mulher.
Além disso, em cargos importantes, como no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e na Procuradoria Geral do Estado, há três integrantes indicados por ele que gravitam na esfera de parentesco. Ele nega que pratique nepotismo. De fato, não há ilegalidade nas nomeações.

Renata Campos de Andrade Lima, primeira-dama e coordenadora do Conselho do Programa Mãe Coruja — uma iniciativa do governo do estado, lançada em outubro de 2007, para atender grávidas e crianças até 5 anos a fim de reduzir os índices de mortalidade materna e infantil —, levou a irmã para auxiliá-la na tarefa. Ana Elisabeth de Andrade Lima Molina, médica de carreira da Secretaria da Saúde, foi promovida a diretora-geral de Gestão do Cuidado e das Políticas Estratégicas da Secretaria da Saúde e atua na coordenação do comitê executivo do programa.

Ana Elisabeth, por sua vez, arrumou empregos para os filhos, Rodrigo e Marcela. Rodrigo de Andrade Lima Molina ocupava, até dezembro de 2012, o cargo de gerente-geral do gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Com a eleição de Geraldo Júlio, ex-secretário da pasta, para a Prefeitura de Recife, ele o acompanhou.

Marcela de Andrade Lima Molina foi nomeada gerente de assessoria técnica na Secretaria estadual de Governo. Entre 10 e 26 de março do ano passado, obteve autorização para acompanhar a mãe, Ana Elisabeth, a Havana, em Cuba, na comitiva do Mãe Coruja que foi conhecer a ilha dos irmãos Castro e trocar experiências.

Secretário nega nepotismo
O secretário de Comunicação do governo de Pernambuco, Evaldo Costa, negou que haja ilegalidade na contratação dos primos e afirmou que o governador não pratica nepotismo. Diz que o governo do estado foi o primeiro a aprovar uma lei que proíbe a contratação de parentes em toda a máquina pública, em 2007, muito antes da iniciativa do governo federal, em 2010.

Para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), responsável por fiscalizar as contas do governo e apontar possíveis irregularidades, Eduardo Campos indicou dois primos da mulher dele: Marcos Loreto e João Campos. E o procurador-geral do Estado, Thiago Arraes Alencar Norões, é outro primo. O pai dele, o poeta e economista José Everardo Norões, também foi do Conselho de Administração da Compesa.

Sobre os dois integrantes do TCE, o secretário Evaldo Costa observou que os nomes passam pelo crivo da Assembleia Legislativa. O procurador-geral do Estado, disse, é de um ramo distante da família, da região do Crato, no Ceará, não tendo um parentesco direto. Já o secretário da Fazenda, Paulo Câmara, é um técnico do TCE que tem qualificação para ocupar o posto.

Também ocupa cargo de confiança no governo estadual o ex-marido de Ana Elisabeth, irmã da primeira-dama. Aurélio Molina da Costa é servidor estatutário da Secretaria de Educação, mas foi alçado ao posto de gerente de atividades da pasta. Ana Elisabeth é funcionária pública concursada e tem posto de comando na Secretaria de Saúde.

— Só porque é irmã da Renata não pode ocupar cargo superior? — questiona o secretário de Comunicação, aproveitando para dizer que ex-cunhado não é parente, caso de Aurélio Molina da Costa.

O tio do governador, Marcos Arraes de Alencar, por indicação de Eduardo Campos, é diretor de Administração e Finanças da Hemobrás, a estatal federal de hemoderivados, que tem sede em Pernambuco. A mulher de Marcos Arraes, Carla Santos Ramos Leal, trabalha na Gerência de Assessoramento Superior do gabinete do governador. O filho do casal, Arthur Leal Arraes de Alencar, primo de Eduardo Campos, até o final do ano passado trabalhou no apoio técnico operacional do distrito de Fernando de Noronha.

Segundo o auxiliar do governador, o pai da primeira-dama, o médico gastroenterologista Cyro de Andrade Lima, não é mais do Conselho de Administração da Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento), cargo que ocupou até 2011.

- Matéria transcrita do O Globo
 
Obs.: No Estado do Rio Grande do Norte, em uma das cidades do Vale do Açu - Assú, o prefeito que é do PP e conta com o apoio incondicional do PT (de Dilma e Lula) contrata parentes próximos (esposa, irmão...) e... é tudo normal. Normalissimo mesmo. Entonce, se cá pode, lá pode também. Afinal, o Brasil é uma República e a Constituição é uma só.
 

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