domingo, 10 de março de 2013

Secretário de Segurança admite que policiais participam de grupo de extermínio

O secretário de Segurança Pública do Estado, Aldair da Rocha, admitiu a existência de grupos de extermínio atuando na Grande Natal e que há a participação de policiais civis e militares nessas organizações criminosas. De acordo com o secretário, o número crescente de homicídios, bem como o “modus operandi” dos assassinos apontam para essa realidade. “Temos informações que asseguram que há a participação de agentes de segurança pública atuando nesses grupos”, afirmou.
 
O assunto é tratado com cautela pelo secretário. Não foram divulgados nomes, nem de que forma os grupos estão atuando na capital do Estado. Aldair da Rocha limitou-se a informar que o setor de investigação e inteligência da secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) está trabalhando no sentido de coibir a ação dos bandidos. “Existe uma organização, mesmo que seja primária, responsável pelo aumento de homicídios. As informações ainda são sigilosas e estamos trabalhando para resolver essa questão”, colocou.
 
A possibilidade da atuação de grupos de extermínio na Região Metropolitana de Natal (RMN) é investigada e denunciada por outras instituições. Porém, essa a primeira vez que o secretário de Segurança fala abertamente sobre o assunto. O Ministério Público Estadual (MPE), por exemplo, investiga a existência de um grupo de extermínio atuando na execução de jovens e adolescentes que tinham cometido atos infracionais. Um grupo de promotores de Investigação Criminal tenta elucidar as ocorrências de homicídios desta espécie na RMN. A Polícia Civil também atua no caso.
 
O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (COEDHUCI) também acredita na atuação de grupos de extermínio com a participação de policiais militares. Para o presidente do COEDHUCI, Marcos Dionísio, é preciso uma investigação mais aprofundada coordenada pela Polícia Civil para afirmar com mais precisão. “Mas do ponto de vista da experiência acumulada em todo o Brasil, podemos especular que sim. Mesmo que seja envolto nessa guerra civil do tráfico de drogas, tem a presença de maus policias. Seja protegendo o homicida ou fornecendo armas, ou protegendo um grupo em detrimento de outro. Talvez exista essa cortina de fumaça mascarando e escondendo esses crimes”, analisou em entrevista publicada recentemente na Tribuna do Norte.
 
- Matéria publicada na Tribuna do Norte

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