Pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da UFRN vão iniciar nesta semana testes com o uso de plasma sanguíneo (a parte líquida do sangue) no tratamento de casos graves do novo coronavírus no Rio Grande do Norte. A experiência do IMT – que já acontece de forma semelhante em outros estados do Brasil – teve aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep)..
Essa pesquisa se baseia na transfusão de sangue de uma pessoa que já foi infectada e está curada do coronavírus para um paciente que está em tratamento da Covid-19.
Para realizar esses testes, portanto, é necessário que haja um doador de sangue que tenha sido infectado pelo coronavírus e esteja recuperado há pelo menos 30 dias.
A pesquisa no IMT acontece em parceria com o Hemonorte, que será responsável pela coleta de sangue. Os hospitais que também vão participar dos testes são o Hospital Universitário Onofre Lopes, Hospital do Coração, Hospital Rio Grande e Giselda Trigueiro. O procedimento só acontecerá, no entanto, em pacientes que se dispuserem a ser voluntários.
Esse tipo de tratamento é feito para pacientes de casos graves do novo coronavírus.
Não basta apenas ter tido a Covid-19 para que o plasma sanguíneo tenha efeito. Após os 30 dias de recuperado da doença, é necessário que haja um bom nível de anticorpos no sangue para que o plasma sirva no tratamento – isso será analisado em exames, caso o doador se apresente como voluntário.
Entre os novos exames de testagem para o coronavírus e a coleta de sangue, essa primeira etapa do processo dura entre três e quatro dias. A partir daí, esse plasma poderá ser usado em um paciente voluntário.
Os tratamentos com o plasma sanguíneo já foram utilizados em epidemias recentes de vírus como Ebola (em 2014), a Mers-Cov (em 2012), influenza H1N1 (2009 e 2010), além da Sars-Cov-1, outro tipo de coronavírus (2003). Esse tipo de procedimento aconteceu ainda durante a Gripe Espanhola, há mais de 100 anos.
Recentemente, países do mundo passaram a testar esse mesmo tratamento em casos do Sars-Cov-2, o novo coronavírus. Estudos em países como China e Estados Unidos apontaram a melhora de pacientes que receberam a transfusão do plasma de alguém recuperado do coronavírus.
No Brasil, hospitais de São Paulo começaram a realizar esses testes, que têm sido objetos de estudo de outras universidades além da UFRN, como a Unicamp. Em maio, um hospital particular na Paraíba também realizou a primeira transfusão para um paciente de coronavírus em parceria com a Hemovida, que coleta o sangue em Natal.
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