Com a pandemia de coronavírus, milhões de brasileiros abandonaram os escritórios e passaram a trabalhar de casa. O teletrabalho, ou home office, já era uma tendência no mundo e, com a mudança nos hábitos, deve se fortalecer mesmo após a crise. De acordo com análise do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) divulgada nesta quarta-feira, o formato poderá ser adotado em 22,7% das ocupações nacionais, alcançando mais de 20 milhões de trabalhadores.
O estudo “Potencial de Teletrabalho na Pandemia: Um Retrato no Brasil e no Mundo” segue metodologia da Universidade de Chicago na estimativa do teletrabalho em 86 países, adaptada à realidade brasileira com a conversão das funções para a Classificação de Ocupações para Pesquisas Domiciliares, adotada pela PNAD Contínua, do IBGE.
Os resultados mostram que das 434 ocupações analisadas, mais de um quinto podem ser realizadas remotamente. Isso coloca o país na 45ª posição no ranking mundial, e em 2º lugar na América Latina.
O estudo também revelou disparidades regionais. O maior potencial para teletrabalho foi identificado no Distrito Federal, onde 31,6% dos empregos (cerca de 450 mil pessoas) podem ser realizados de maneira remota, seguido por São Paulo (27,7%, ou 6,1 milhões de pessoas) e Rio de Janeiro (26,7%, ou 2 milhões de pessoas). Já o Piauí tem o menor potencial, com 15,6% das atividades, ou 192 mil trabalhadores.
Na comparação internacional, Luxemburgo lidera o ranking de 86 países, com 53,4% dos empregos com potencial para teletrabalho. Na lanterna está Moçambique, com apenas 5,24% das atividades passíveis de serem realizadas remotamente. Na América Latina, dos nove países que constam no estudo (Brasil, Bolívia, Chile, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, México e Panamá), o que apresenta maior potencial é o Chile, com percentual de 25,74%.
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