domingo, 11 de setembro de 2011

13 de outubro: um cantinho para a cultura

Quero a delicia de poder sentir as coisas mais simples
Manoel Bandeira


No próximo dia 13 de outubro, dia em que fará 43 anos que nos despedimos do grande escritor Manoel Bandeira, a cidade do Assú festejará a reabertura da Casa de Cultura,  com uma programação que inclui o show de Zé da Velha e Silvério Pontes e o lançamento do Escrínio da Literatura Potiguar, o qual é um livreto em que os poemas, prosas e trovas vencedoras do I Concurso Assuense de Literatura realizado esse ano pela prefeitura do Assú/secretaria adjunta de cultura, serão publicadas.

O prédio onde se localiza a Casa de Cultura faz parte do acervo cultural arquitetônico do Assú e hoje pertence à prefeitura desta cidade, embora esteja legalmente cedido ao governo do estado, numa parceria realizada há alguns anos, quando este ente o restaurou com intuito de transformá-lo em uma Casa de Cultura (2003). Após alguns anos sem que manutenções corretivas fossem realizadas, a Casa de Cultura está em estado lastimável, fato que levou o atual diretor da Casa, Jeová Liberato Júnior a buscar parceria com a prefeitura do Assú para que esta realize uma reforma/limpeza na mesma.

A prefeitura do Assú aceitou firmar tal parceria proposta por Jeová Júnior e garantiu que no dia 13 de outubro a Casa de Cultura estará prontinha para ser reinaugurada e apta a sediar palestras, oficinas, exposições, shows... e a receber os amigos da Cultura, os quais terão um cantinho especial na Casa e contarão sempre com a recepção e atenção do diretor e agora ativista cultural, Jeová Júnior.
 Duas vezes se morre:
Primeiro na carne, depois no nome.
Os nomes, embora mais resistentes do que a carne, rendem-se ao poder destruidor do tempo, como as lápides.
Manoel Bandeira
 -  A Casa de Cultura está sediada num edifício de dois pavimentos, construída no século XVIII pelo coronel Manoel Lins Wanderley, no Largo da Matriz - Praça Getúlio Vargas, na cidade do Assú e foi residência do Barão de Serra Branca e de dona Belisária Wanderley, filha do Coronel Manoel Lins e é também conhecida como O Sobrado da Baronesa. Embora o Largo da Matriz sedie um belo conjunto histórico/arquitetônico, as atenções se voltam para o Sobrado em razão de sua representação simbólica de estreitamento das relações sociais em uma sociedade coronelista e escravista. Segundo contam, a baronesa no dia 24 de junho de 1885 (dia de São João e de festa no Assú, uma vez que este Santo é o padroeiro da cidade) alforriou seus escravos e lhes ofereceu um banquete, o qual, não só participou, mas serviu, ela própria, seus ex escravos e agora ‘amigos’. 

- E as outras refeições realizadas por estes ex escravos, onde foram feitas? que destino eles tomaram? Se perdeu na poeira da terra batida do Largo da Praça da Matriz do século XIX.

A Casa de Cultura sediará também a secretaria adjunta de cultura de Assú, a qual tem como titular o historiador Ivan Pinheiro, fato que contribuirá e muito para que Jeová Júnior possa traçar a quatro, seis, oito... mãos os caminhos que a locomotiva da cultura assuense precisa fazer para entrar novamente nos trilhos que a leve as estações onde localizam-se aquelas cidades que apreciam, valorizam, produzem e servem com prazer, a boa cultura.

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