domingo, 15 de fevereiro de 2015

Viveiros considera um desafio administrar a Assembéia

A experiência profissional decorrente dos anos de vida pública é o que de melhor Augusto Carlos Garcia de Viveiros tem a oferecer como contribuição para o Rio Grande do Norte. Em sua nova função profissional como secretário geral da Assembleia Legislativa do RN (ALRN), ele diz que será um desafio executar os planos do presidente da Casa, Ezequiel Ferreira de Souza, para conduzir o parlamento estadual nessa nova Legislatura.

Hoje com 72 anos de idade, casado e pai de quatro filhos, a vida pública de Viveiros se iniciou na sala de aula, ao assumir o cargo de professor do Estado após passar em um concurso público. Depois disso foi professor universitário, promotor de Justiça até chegar ao seu primeiro cargo na administração pública direta, como secretário municipal de Educação e Cultura de Natal na gestão do então prefeito Agnelo Alves.

Entre tantas funções exercidas por Augusto Viveiros, chegou a ser deputado federal de 1994 a 1998 pelo antigo Partido da Frente Liberal (PFL), hoje Democratas (DEM). Ainda no âmbito estadual foi presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Estaduais (Ipern), secretário da Fazenda do governo Cortez Pereira, presidente da Emprotur no governo de José Agripino, secretário de Planejamento na gestão Micarla de Sousa, entre outras funções.

No âmbito federal foi secretário-geral do Ministério da Saúde no Governo do ex-presidente Fernando Collor de Melo, em 1991, e antes de aceitar a função de secretário da AL, a convite de Ezequiel Ferreira, atuava em Brasília, onde morava há 25 anos, intercalando entre períodos na capital federal e na capital potiguar. Seu último cargo em Brasília antes do regresso a Natal foi de assessor parlamentar da liderança do Democratas no Senado, função na qual atuou durante 12 anos.

“Eu acho que na vida a gente tem que promover o que chamamos de bem comum, não é só o gerente de cargo público, todos nós, cada um em sua função. É tentar melhorar a sociedade para que ela possa crescer. Esse sempre foi o meu pensamento”, garante o secretário.

Sua amizade com o presidente da Assembleia já vem de longa data, visto que Ezequiel é sobrinho da esposa de Viveiros. “Estou revendo meus amigos, estou me readaptando à vida de Natal, mas sobretudo o que me interessa é o grande desafio de ser secretário-geral da Assembleia Legislativa”, declara. Entre seus maiores desafios como secretário, diz que os principais serão o de melhorar a transparência da Casa, a independência e harmonia entre os poderes e o corte de despesas em função das dificuldades financeiras por que passa o Estado.

Nesse processo de busca por melhorias na Casa Legislativa, suas competências como secretário-geral passam pelas áreas administrativa e financeira, além do suporte a todos os programas e projetos da Assembleia. “Quando a Assembleia Cidadã vai para o interior levar cidadania, o suporte é da Secretaria de Administração”, comenta.

Eixos de atuação
Augusto Viveiros será a de executar o plano apresentado pelo presidente da Assembleia Legislativa. Esse plano baseia-se em três eixos principais: independência e harmonia entre os poderes; eficiência e praticidade; e economicidade. “Se a gente conseguir fazer esses três pontos, pode ficar ciente de que o presidente fez uma senhora gestão”, destaca.

No entanto, para que isso possa acontecer, a Secretaria Geral deve fazer um planejamento estratégico visando as ações para os próximos dois anos, período mínimo de mandato do atual presidente do Legislativo. O plano está sendo elaborado e tem como objetivo “transformar a assembleia em um órgão eficiente e a Presidência com um instrumento catalisador da realização dos compromissos e dos deputados com o povo”.

Na última quinta-feira (12), o secretário Augusto Viveiros e a secretária administrativa Dulcinéa Brandão estiveram reunidos com os representantes dos gabinetes dos deputados dos setores administrativos da Casa, dando continuidade ao planejamento estratégico que está sendo implementado. Melhorias no Portal da Transparência e a otimização da correspondência através do envio de documentos eletrônicos foram alguns dos pontos tratados na reunião administrativa, na qual os chefes de gabinete apresentaram sugestões.

Dentro desse planejamento estratégico que será apresentado, Viveiros afirma que o povo será beneficiado por meio de uma maior abertura da Casa à população, por meio da integração da Assembleia com as Câmaras Municipais e da modernização dos programas culturais que já são executados pela AL. Uma promessa do secretário é criação de um banco de dados para acompanhamento da execução orçamentária. “Nós vamos reformular o sistema de informática da Assembleia para que tenha um banco de dados. Você chega aqui e pergunta: qual é a arrecadação do Estado? Eu não sei. São informações que serão prestadas aos senhores deputados, para que quando alguém fizer um requerimento para pedir informação ao Estado é só baixar no banco de dados”.

Medidas amargas na economia foram corretas
As leituras diárias que o secretário da AL costuma fazer são de livros que versam sobre assuntos da economia brasileira. Esse costume ele tem desde a época em que era professor universitário e tratava de problemas socioeconômicos da atualidade brasileira. “Eu gosto de estudar, gosto de ver, saber como está passando o cenário econômico”, afirma. Sobre a economia do Brasil na atualidade, Augusto explica que o país passa por dificuldades na área econômica porque o Governo Federal gastou mais do que arrecadou nos últimos anos.

As dificuldades econômicas no mundo inteiro são constatadas, segundo ele, por meio de um termômetro chamado Dólar. No caso do Brasil, ele diz que o termômetro se manifesta por meio dos recentes aumentos nos preços da gasolina, energia elétrica e dos juros que vêm assustando os brasileiros nos últimos dias.

Embora veja as medidas tomadas pelo Governo Federal como amargas, Viveiros as classifica como corretas. “Elas foram postergadas no tempo, por isso estão sendo mais amargas. E elas foram escondidas da população e agora é como aquela história do menino e do rei; o rei está nu”. No âmbito estadual, reconhece as dificuldades por que passa o Rio Grande do Norte, mas acredita que o governador Robinson Faria irá fazer com que o “elefante ande mais rápido”.

Uma ação que Augusto julga importante nesse sentido é o empréstimo no valor de R$ 850 milhões tomado pelo Governo do Estado para a realização de investimentos. “Terminar o aeroporto de São Gonçalo, construir estradas, barragem de Oiticica, enfim, tem muita coisa para fazer e que ele está começando a fazer”, destaca.

- Transcrito do Novo Jornal

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