sábado, 30 de julho de 2011

Desastre x desastres

Onde antes existiam casas, pedregulhos e crateras hoje dominam a paisagem do bairro de Campo Grande, em Teresópolis


Hoje faz um ano que o governo federal repassou três milhões de reais para a prefeitura do Assú/RN realizar obras e serviços emergenciais relativa ao período invernoso de 2009 e estes estão bloqueados em uma conta no Banco do Brasil, a esperar que a PMA comprove exatamente em que, gastou os outros mais de cinco milhões repassados em 2009.

Apesar do relatório enviado ao governo federal falar em desastre, desastre..., a PMA após dois anos de receber mais de cinco milhões para minorar a vida dos que foram vitimas desse ‘desastre’, ainda não conseguiu informar exatamente o que fez que essa grana toda e exatamente por isso, tem três milhões de reais a dormir calmamente em uma conta no Banco do Brasil, há exato um ano.


  • Lembrando: a prefeitura do Assú solicitou ao governo federal a módica quantia de 8 milhões e trezentos mil reais para resolver os problemas causados pela enchente de 2009, a qual desabrigou algo em torno de uma centena de moradores, prejudicou a trafegabilidade das estradas que ligam a área urbana a área rural da cidade e só. Não, tem mais: a PMA contratou, por dispensa de licitação, três empresas que realizariam tais obras e serviços em apenas seis meses, e receberiam essa grana toda vinda do governo federal, além de contratar, com recursos próprios, uma empresa por cerca de duzentos mil reais, para fiscalizar a execução dos mesmos.

Fora os recursos federais, a prefeitura do Assú ainda conseguiu ajuda através da vinda de remédios, colchões, feiras e outras cocitas mais para serem distribuídas aos desabrigados e aos que tiveram algum tipo de ‘prejuízo’ com a enchente.


  • Passados dois anos desta enchente e após um ano que se ‘concluiu’ a realização de investimento de mais de um milhão e meio de reais nas estradas que ligam a zona rural a zona urbana do Assú, eis que estas estão em péssimas condições de trafegabilidade. O mais grave, é que mesmo após o ‘conserto’ dessas estradas, maquinas da própria prefeitura já deu ‘varias passadas’ pelas mesmas, com o intuito de minimizar a precariedade de suas condições. Cá pra nós, reclamações relativas a problemas de trafegabilidade nessas estradas r são contemporâneas da realização desse serviço emergencial.

Beemm, os três milhões estão lá, esperando que alguém leve pelo menos um pedacinho de bolo nesse seu aniversario solitário. Já os outros mais de cinco milhões recebidos e gastos, estão a esperar há igual período que alguém consiga provar que aqueles números utilizados para dividi-lo, finda uma grande operação aditiva, que eles venham a somar igual valor. Até lá, o rico dinheirinho do contribuinte continuará a dormir em berço esplendido nesse país descrito por Jorge Amado em seu o País do Carnaval!

Aaah, e por falar em carnaval, a cidade de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, após desastre causado pelas chuvas do ano passado, as quais destruíram boa parte da mesma (veja foto acima), recebeu do governo federal para minimizar essa destruição, Dez Milhões de reais. Algo em torno de um pouco mais de um milhão e quatrocentos mil reais a mais do que recebeu a cidade do Assú em 2009/2010.

O que diferencia os desastres de Assú e Nova Friburgo? em Assú o número de desabrigados foi infinitamente menor; a economia e a dinâmica da cidade tiveram também um impacto infinitamente menor (ou quase nenhum); em Nova Friburgo o Ministério Público Federal está investigando a aplicação dessa grana toda já aplicada e no caso de Assú, mesmo com a existência de cerca de 30% do valor repassado não ter sido gasto (por falta de comprovação ‘conclusiva’ do que já foi gasto), a investigação do que foi gasto ainda continua a dormir em berço esplendido.

Agora, cá pra nós, para que Nova Friburgo e outras cidades serranas recebessem ajuda do governo federal, em caráter emergencial, foi preciso fotografar as áreas alagadas, soterradas, destruídas. Mesmo assim, Nova Friburgo conseguiu apenas dez milhões de reais em 2010. Que fotos e argumentos a cidade do Assú anexou ao seu relatório para conseguir mais de oito milhões de reais em 2009?

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