Carlos Santos
Jornalista
Rosalba Ciarlini (DEM) e
seus ‘cabras da peste’ vendem perigosa justificativa para sua reprovação em
Natal: a culpa é do natalense que odiaria os mossoroenses. Rosalba seria a
encarnação dessa antipatia gratuita, espécie de mentalidade extraída do ‘darwinismo
social’ ou de uma ‘eugenia’ política.
Quanta bobagem. Estupidez
estratosférica!
Daqui a pouco, Rosalba
terá que percorrer ruas, avenidas, becos e ruelas de Natal, tendo que se
explicar e provar desse “ódio” xenofóbico.
Claro que a rejeição
maciça de Natal ao governo não é culpa do natalense ou suposta repulsa aos
mossoroenses. O discurso é um escapismo criminoso. Retórica baseada na síndrome
da transferência de culpa, uma alternativa comum à nossa classe política que adora
se apossar do mérito alheio e transferir seus pecados pros outros ou fatores
conjunturais e até metafísicos.
Natal não reprova uma
mossoroense e, sim, o governo medíocre e chinfrim que ela promove. Natal elegeu
Rosalba ao Senado e Governo do Estado (e bem). Ela derrotou seus adversários
(inclusive alguns natalenses) em 2006 (Senado) e 2010 (Governo do Estado),
dentro de Natal. Com votos dos natalenses, que em sua maioria a viram como
melhor nome.
Se o governo der um
“cavalo de pau” e melhorar, Natal puxará Rosalba para cima novamente. Não tenho
dúvidas. Mas continuando assim, a empurra para baixo.
Faz parte da cultura, a
história revela. Sociologia, psicologia e psicologia social explicam
rivalidades entre cidades, povos etc. Quem estuda um pouco sabe, que tudo isso
é comum, absolutamente normal e compreensível.
João Pessoa e Campina
Grande, na Paraíba; Natal e Mossoró ou Rio de Janeiro x São Paulo eternizam
rivalidades. Entretanto, tudo que exacerba passa a ser pura idiotia ou doença.
São desvios psicossociais ou estratégia intencional com fins baixos.
Reprovação à Rosalba e
Micarla prova que critério não é intolerância
Na Alemanha pós-Primeira
Guerra, em recessão estelar e com baixa estima do seu povo, Hitler encontrou
nos judeus a causa desses males. Com uma pregação anti-semita e xenofóbica,
incitou a população contra essa etnia, arrimando parte de sua campanha até
chegar ao poder. O resto da história nós a conhecemos.
“Na Paraíba existe
rivalidade João Pessoa-Campina Grande. Não impediu Cássio Cunha Lima (que é de
Campina) ser duas vezes governador e agora senador”, lembra-me o webleitor João
Fransa.
“Sou natalense radicado em
Mossoró há 8 anos e nunca sofri qualquer hostilidade. As brincadeiras sempre
foram saudáveis”, exulta o jornalista Bruno Barreto.
Difícil um natalense não
se sentir em casa em Mossoró e mossoroense não ser abraçado afetivamente por um
natalense. Isso é fato. Amamo-nos. A piada sadia e a troça entre mossoroenses e
natalenses sempre existiram e devem existir.
Eu, particularmente,
muitas vezes sou muito melhor tratado entre os natalenses do que em minha terra
natal. E, agradeço Natal por acolher meus filhos tão bem. Uma mãe gentil.
Volto a lembrar o que
tenho dito há meses, mesmo antes da posse da ‘Rosa’ de Mossoró: “O Estado não é
a Prefeitura de Mossoró e o RN não é Mossoró”.
Esparta e Atenas sempre
trocaram farpas, até brigaram. Mas uma era a extensão da outra. Uma
militarizada e fechada. Monossilábica; outra lírica e aberta. Elouquente nas
ágoras.
Natal e Mossoró
congregam-se com naturalidade, não obstante suas naturais diferenças. A
pilhéria faz parte da camaradagem. O bom humor é um traço de inteligência. Além
disso, só encontraremos recalques e má-fé.
Natal adora Mossoró, mas é
intolerante com a farsa e a incompetência. Eis a própria natalense da gema,
Micarla de Sousa (PV), prefeita com quase 100% de reprovação, que não me deixa
mentir nem exagerar.
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