Nem mesmo as baixas
temperaturas impediram que manifestantes tirassem as blusas, durante a Marcha
das Vadias em Curitiba,
realizada neste sábado (14), em protesto contra o machismo. O movimento, que
luta pelo fim da violência contra a mulher e pela igualdade de gênero, reuniu
entre mil e 1,5 mil pessoas no centro da capital paranaense, segundo a Polícia
Militar.
De acordo com o
Instituto Meteorológico (Simepar), a manhã deste sábado foi a mais fria do ano,
com mínima de 3,9°C. “A gente não sente frio. O calor da manifestação
esquenta”, assegurou uma manifestante. Com o rosto coberto e os seios a mostra,
ela preferiu não se identificar. Para a assistente comercial Bianca Arantes
“mulher de respeito vai para a rua faça geada ou faça sol”. Ela também tirou a
blusa para protestar.
Durante a passeata,
manifestantes pintaram o corpo e exibiam faixas e cartazes. “A mulher pelada é
utilizada o tempo todo pela mídia. Hoje a gente está tirando a blusa por um
motivo muito mais justo que é o feminismo e a igualdade”, declarou a estudante,
Gabriela Caramuru.
Para Máira de Souza
Nunes, coordenadora da marcha curitibana, a nudez e o termo vadia são a marca
do movimento . “Nós achamos que a reapropriação do termo ‘vadia’ é essencial
para discutir a violência, porque quando o homem bate na mulher, ele faz isso
chamando ela de vadia. Quando o homem estupra, ele faz isso porque considera
que ela é vadia. Queremos que essa palavra deixe de ser ofensiva e se torne uma
palavra de luta”.
Organizado pelas
redes sociais, o evento em Curitiba tinha 3.033 presenças confirmadas no
Facebook. Essa é a segunda edição da marcha, que no ano passado também reuniu
mil pessoas.
A Marcha surgiu no
Canadá, em 2011, e está em sua segunda edição. Após uma onda de estupros
ocorridos na Universidade de Toronto, um policial, convidado para orientar
sobre segurança, disse que as mulheres poderiam evitar o estupro se “não se
vestissem como vadias”. Essa fala gerou indignação e diversos protestos que
culminaram na primeira Marcha das Vadias. O movimento, que se espalhou pelo
mundo, questiona a cultura de responsabilizar as mulheres em casos de agressão
sexual.
- G1
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