domingo, 27 de julho de 2014

Reino Unido testa tratamento de única sessão contra câncer de mama

Uma nova opção de tratamento contra o câncer de mama que substitui semanas de radioterapia por uma única sessão está sendo avaliada pelo NHS (National Heath Service), o SUS britânico, e pode passar a ser oferecido aos pacientes na Inglaterra até o final do ano.

No procedimento, chamado de radiação intraoperatória, uma dose de radiação é emitida por uma sonda inserida no interior do seio, depois de o tumor ser removido por meio de uma cirurgia.A sonda emite radiação do exato local da operação por cerca de 30 minutos.

Caso seja aprovada pelo NHS, a novidade tem o potencial de beneficiará 36 mil pessoas no Reino Unido, além de ajudar o NHS a economizar dinheiro. Entretanto, o tratamento é adequado apenas para pacientes que estão no estágio inicial da doença.

Atualmente, portadores de câncer se submetem a cirurgias para remover o tumor e depois pelo menos outras 15 sessões de radioterapia para aniquilar a doença. 

Testes realizados em mais de 2 mil pessoas indicam que a técnica tem um efeito similar à radioterapia convencional. No entanto, como o procedimento foi desenvolvido recentemente, não há dados de longo prazo disponíveis sobre seus efeitos.

Além de poupar visitas ao hospital, a dose única evitaria um dano potencial a órgãos como coração, pulmão e esôfago – um risco que o paciente corre durante a quimioterapia.

Na Grã-Bretanha, a ala de radioterapia de um hospital gasta cerca de 30% de seu tempo apenas com o tratamento de câncer de mama. Cerca de 12 mil mulheres morrem anualmente por causa da doença.

No Brasil, o número de mortes devido ao câncer de mama supera 13 mil.

Estimativas anteriores sugerem que uma mudança na radiação intraoperatória poderia liberar recursos e poupar 15 milhões de libras (R$ 57 milhões) por ano ao NHS.

Entretanto, o equipamento necessário para executar o procedimento é caro. Cada sonda custa o equivalente a R$ 1,9 milhão.

Em entrevista, o professor Jeffrey Tobias, o primeiro a usar a técnica nos hospitais da Universidade College London, criticou o atraso da Grã-Bretanha na utilização do novo procedimento. "Estamos ficando para trás. É uma grande pena. Na Alemanha, por exemplo, há 60 centros capazes de realizar esse tratamento. Aqui, temos apenas um", disse.

Se aprovadas, as novas diretrizes podem passar a valer na Inglaterra até o final deste ano. Outros países que formam o Reino Unido (País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte) têm prazos diferentes para a introdução do procedimento.

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