quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ZPE do Sertão não atrai interessados para investir

O processo licitatório para concessão da Zona de Processamento de Exportação de Assu, uma das duas projetadas para o Rio Grande do Norte, foi aberto há cerca de 60 dias e encerrado ontem sem despertar o apetite dos investidores. De acordo com a presidente da Comissão Permanente de Licitação da prefeitura, Vera Dantas, não houve interessados em retirar o edital nem em participar da disputa, em duas tentativas feitas. “O procedimento agora será contratar uma empresa de forma direta, sem o processo licitatório”. Ainda falta, porém, encontrar um candidato disposto a assumir o negócio.
Helson Braga: Assu enfrenta dificuldades no setor logístico
Com a abertura da concorrência pública, a expectativa do município era eleger empresas nacionais ou estrangeiras para implantar e administrar a ZPE. A vencedora teria de investir R$ 17,9 milhões em obras para implementar a área e ganharia o direito de administrá-la por um período de 20 anos. Por meio da assessoria de imprensa, o prefeito de Assu, Ivan Júnior, disse que ainda não tem candidatos em vista e que os passos para encontrá-los serão dados a partir de orientações do setor jurídico.
Deserta
O edital foi aberto no dia 17 de agosto, abrindo o processo licitatório para concessão direta da implantação e administração da ZPE Assim como ontem, na primeira tentativa, feita no dia 5 de outubro, não apareceram interessados.

O presidente da Associação Brasileira das Zonas de Processamento de Exportação (Abrazpe), que congrega as empresas administradoras e outras  entidades interessadas no desenvolvimento do Programa Brasileiro de ZPEs, Helson Braga, disse não acompanhar de perto o projeto do município, mas opinou que a falta de uma infraestrutura desenvolvida na região pode ter inibido o interesse dos investidores. “Assu enfrenta dificuldades do ponto de vista logístico. O município não tem, nas proximidades, nem porto, nem aeroporto. Não dispõe de uma logística adequada para o escoamento da produção. E há toda uma logística externa à ZPE que precisa ser pensada para viabilizar o projeto”, observa. “É preciso levar em conta que as empresas que se instalarão na área terão que exportar boa parte do que produzirem”.

Um dos coordenadores do projeto, Nuilson Medeiros, reconhece que problemas ligados à infraestrutura pesam na hora de atrair o investidor, mas diz que o fato da ZPE do município ter sido idealizada como privada, sem ser de economia mista, pode ser um diferencial para chamar a atenção.


Fonte: Tribunal do Norte

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